É certo que um Costa que em 25-01-2015 nos diz
"Vitória do Syriza é um sinal de mudança que dá força para seguir a mesma linha" e decorridos 3 anos nos diz em 16-04-2018 que
aspira a bater o recorde europeu de redução da dívida ao mesmo tempo que em valor absoluto a tem vindo a aumentar, merece pouco crédito. Ainda assim, a capacidade de nos surpreender permanece intacta como mostram as suas declarações no jantar do 45.º aniversário do PS, junto ao Cristo Rei, um local apropriado para nos anunciar novos milagres:
«A direita dizia que para Portugal recuperar competitividade era preciso baixos salários e fragilização dos direitos laborais. A verdade é que aumentámos o salário mínimo em 2016, em 2017, este ano – e ficam já a saber que voltaremos a aumentá-lo em 2019 (Expresso)
Confrontemos o discurso de Costa sobre a recuperação da "
competividade", como ele lhe chama, com a realidade baseada em dados actualizados na véspera desse discurso.
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Labour productivity and unit labour costs (Eurostat) |
Entre o ano anterior ao resgate e o último ano do governo PSD-CDS a produtividade (ou "
protividade", segundo o costês) aumentou 1,9%. Nos dois anos do
consolado de Costa a produtividade desceu 0,3% e em relação a 2010 Portugal foi o quarto país da EU28 em que a produtividade menos progrediu. Vamos ver como Costa descalça a bota quando a festa acabar, ruir o palanque das fantasias e os salários reais voltarem a cair para compensar a perda de competitividade. Os seus antecessores fugiram, um para Genebra e outro para Paris. Tentará Costa fugir para Belém desalojando o inquilino actual, outro contador de estórias?
Quando me falam em «competividade» e em protividade», abro a boca de espanto. Aí podem enfiar toda a trampa numérica que sem tujir nerm mujir. Como regra, vomito logo a seguir.
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