«Os números de 2017 ajudam a dissipar quaisquer dúvidas sobre esta alquimia das Finanças Públicas que permitiu acabar com a austeridade e reduzir o défice para níveis nunca antes vistos. As pensões, os salários e as carreiras dos funcionários públicos foram (parcialmente) repostos à custa da maior carga fiscal de sempre e de níveis de investimento público baixíssimos. Tal como o Cristiano Ronaldo do futebol não viola as leis da Física, também o Cristiano Ronaldo das Finanças não viola as leis da Economia.
É perfeitamente legítimo o argumento de que a receita fiscal aumentou porque houve crescimento. O crescimento económico gera receitas fiscais sem que tal envolva aumento de taxas. Mas para a carga fiscal aumentar, tal quer dizer que as receitas fiscais aumentaram ainda mais do que o rendimento. É como se a taxa média de imposto tivesse aumentado.»
Excerto de «A vitória da TINA ou a ditadura da matemática», Luís Aguiar-Conraria no Observador
Repetindo-me, é uma análise objectiva e factual, parecendo ter prevalecido o Conraria sem hífen, pontualmente libertado dos seus complexos de esquerda e do ideologismo que lhe costuma estar associado. Estou quase a promover Conraria (sem hífen) à categoria de esquerda inteligente.
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