02/03/2018

No melhor pano cai a pior nódoa ou a fé desperdiçada

Há duas semanas comentei neste post a visão de Alexandre Soares dos Santos, o patriarca da Jerónimo Martins, sobre a reforma do Estado alavancada por uma comissão de sábios.

Ontem, o seu filho Pedro Soares dos Santos confessou em conferência de imprensa coisas tocantes em matéria de fé, como «acredito muito no dr. António Costa, mas não acredito muito na coligação» e «acredito mais em António Costa do que em Rui Rio». Se a falta de fé na geringonça e em Rui Rio se pode compreender sem dificuldade, já a fé em dose reforçada («acredito muito») ou bem é do domínio do maquiavelismo na versão comercial, se falsa, ou bem, se verdadeira, é do domínio do credo quia absurdum.

Por isso, se já sabíamos que um grande político ou uma sumidade em ciência política não é necessariamente um grande empresário, e também sabíamos que ser um grande empresário não o qualifica para construir uma visão para o País nem desenhar as reformas capazes de induzir as mudanças indispensáveis para sair do atavismo e da tutela de um Estado castrador, ficámos agora ainda a saber que ser filho de um grande empresário também não, ou, em alternativa, na melhor hipótese, o qualifica como um grande mentiroso.

3 comentários:

  1. O absurdo é tal que penso que é só política. Um grande empreendedor ou comerciante, só vinga se enganar as autoridades. Se for tolo, tenta comprá-las. A falília não tem parecido ser tola.

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  2. Pode parecer absurdo, mas com os socialistas no poder, ganha-se muito dinheiro. Sei do que falo.

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  3. Reação natural de quem vê Riu Rio acreditar mais no Costa que nele próprio.

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