Definitivamente não faço parte da Lisboa política. Na verdade nem da Lisboa propriamente dita e muito menos da política. Isso, contudo, não me impediu de escrever há uns anos um post onde questionava a fiabilidade das sondagens amigas da Eurosondagem, fiabilidade agora posta em causa por quem tem muito melhor informação do que este vosso escriba. Aqui vai um excerto do artigo «A fraude das sondagens» de João Marques de Almeida no Observador, onde segundo Costa, um dos beneficiários das sondagens amigas, se entrincheira a direita inorgânica, diferentemente, digo eu, da esquerda inorgânica que não precisa de se entrincheirar porque está comodamente instalada em quase todas redacções - em boa companhia da esquerda orgânica, acrescente-se.
«A Lisboa política sabe que a Eurosondagem favorece sistematicamente o PS mas o Expresso e a SIC continuam a trabalhar com a empresa. Tudo isto diz muito sobre o modo como se faz política em Portugal.
(...)
Pelos dados de 2011 e de 2015, a Eurosondagem não só erra sistematicamente, como os seus erros favorecem sempre o mesmo partido, o PS, e prejudicam invariavelmente os partidos de direita. Como é possível que ainda se leve a sério as sondagens da Eurosondagem? O Expresso e a SIC não se preocupam com os erros da empresa com quem colaboram? Será que em Portugal a sucessão de erros não afecta a credibilidade de uma empresa? Nada disto espanta ou admira os portugueses?
Os erros sistemáticos de uma empresa de sondagens e sempre a favor do mesmo partido deturpam a democracia. Qualquer pessoa envolvida na política sabe que as sondagens servem propósitos políticos. Mobilizam o eleitorado dos partidos que estão na frente e desmobilizam aqueles com sondagens fracas. A Lisboa política sabe que a Eurosondagem favorece sistematicamente o PS mas o Expresso e a SIC continuam a trabalhar com a empresa e a publicar os resultados. Tudo isto diz muito sobre o modo como se faz política em Portugal e sobre o desrespeito com que as elites políticas tratam os portugueses.»
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