30/01/2018

Pro memoria (368) – Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade

O aforismo que serve de título a este post é atribuído a Joseph Goebbels, o ministro da propaganda de Hitler. Não sei se é ele o autor, mas está bastante conforme aos seus métodos, indistinguíveis do agitprop soviético inventado nos anos 20, métodos que provavelmente nele se inspiram.

Vem esta evocação a propósito de A mitologia esquerdista do agravamento das desigualdades em Portugal durante o governo PSD-CDS, post que publiquei há três meses e onde citei o paper «The Political Economy of Austerity in Southern Europe». Nessa ocasião republiquei também o post de Junho de 2014 sobre o mito «A crise agravou as desigualdades, teve efeitos mais graves em Portugal e os pobres foram os mais afectados e entre eles os idosos».

É claro que esses posts foram apenas duas gotas de água perdidas no oceano imenso da opinião travestida de factos publicada pelo jornalismo de causas e pelos opinion dealers. É por isso que relevo o artigo «A austeridade gerou desigualdade?» de Avelino de Jesus, economista e professor do ISEG, publicado recentemente no Negócios que, em concordância com o que por aqui temos escrito, conclui que «as políticas ditas de austeridade do pós-crise, em geral, tiveram um efeito de atenuação da desigualdade. Em particular, o efeito foi, em Portugal, dos mais fortes.»

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