16/11/2017

Mitos (266) - Diferenças salariais entre homens e mulheres (4)

Outros mitos: (1), (2) e (3)

Os pergaminhos académicos não impedem que se caia nas mesmas falácias de sempre, neste tema contaminado pela ideologia. É o caso do artigo «Coladas ao chão com um tecto de vidro» de Luís Aguiar-Conraria, no Observador, onde em substância se conclui, com base numa amostra de 640 mil trabalhadores, que «a desigualdade salarial média em Portugal anda na casa dos 20%. Por um lado, menos mulheres acedem a profissões bem pagas; por outro, mesmo dentro da mesma profissão, as mulheres têm salários menores.»

Ora, uma vez mais, a desigualdade de que trata Conraria não pode ser a desigualdade para trabalho igual, ou seja para a mesma função ou posto de trabalho. Se fosse, estaríamos perante situações ilegais em milhares de empresas. É uma desigualdade perante a "profissão" e o problema está no que é uma "profissão".

Usando uma pitada de reductio ad absurdum, se entendermos, por exemplo, que "funcionário público" é uma "profissão" teremos de concluir que as mulheres são melhor pagas nesta "profissão", como aqui já referi. A explicação é simples: as mulheres estão em larga maioria nos professores que têm salários mais altos do que a maioria dos funcionários públicos, o que explica ser o salário médio das mulheres funcionárias públicas mais elevado do que o dos homens.

Vejamos as conclusões mostradas no diagrama seguinte de um outro estudo, já citado aqui, baseado no que respeita à Grã-Bretanha numa amostra de 8,7 milhões de trabalhadores - uma dimensão 14 vezes superior à de Conraria.

Economist
Também nos 3 países citados existe uma desigualdade acentuada entre os salários de homens e mulheres quando se observa a totalidade da amostra, desigualdade que se reduz a quase nada quando se comparam os salários para o mesmo posto de trabalho, empresa e função.

Suspeito que se Conraria definisse com rigor os conceitos e se, um SE com maiúsculas, tivesse acesso a dados com o detalhe necessário e os trabalhasse com metodologias adequadas, chegaria a conclusões comparáveis. Ou seja a conclusão de que nas economias modernas se pratica o princípio de a trabalho igual, salário igual.

Repetindo-me, o que é desigual é o acesso a certas profissões ou funções, consequência de mais de uma centena de milhar de anos de divisão do trabalho por sexos. Divisão de trabalho que a evolução tecnológica está a tornar cada vez mais obsoleta e que acabará por desaparecer, mesmo sem a engenharia social baseada em ejaculações legislativas. Aliás, suspeito que essa engenharia social em duas ou três gerações terá de trocar a discriminação positiva das mulheres pela discriminação positiva dos homens que precisarão dela para compensar a confusão nas suas mentes resultante do conflito entre as suas hormonas e os comportamentos feminizantes induzidos e de uma escola cada vez mais formatada para ensinar o sexo feminino.

Sugestão de leitura para quem queira aprofundar o tema deste tipo de falácias: «Male-Female Facts and Fallacies», um capítulo de Economic Facts and Fallacies, de Thomas Sowell.

3 comentários:

  1. É obrigar as mulheres a trabalharem em áreas que não querem para evitar esta calamidade. Por exemplo:

    http://tek.sapo.pt/noticias/computadores/artigos/mulheres-nao-estao-interessadas-em-trabalhar-na-area-da-ciberseguranca

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  2. O aguiarhífén é um tolo 'baidoso' (basta ver a sua foto nos locais dos crèmes), Como uma desgraça nunca vem só, é esquerdalho.

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  3. A "discriminação positiva dos homens" nunca vai acontecer. Está contra os "ventos da história" e contra os objectivos da "seita" que escreveu o nosso futuro.

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