O engenheiro de software James Damore trabalhava para a Google antes de resolver escrever um memo de 10 páginas onde entre outras coisas discutíveis disse (fonte):
«(...) os homens e as mulheres diferem biologicamente em muitas maneiras (...) as mulheres são mais ... neuróticas... (o que) pode contribuir para os níveis mais elevados de ansiedade que as mulheres relatam no Googlegeist (inquérito anual aos empregados da Google) e para o menor número de mulheres em empregos de grande stress».
Damore argumentou ainda que a tendência para proteger as mulheres cria um ambiente hostil para os homens «porque os homens são descartáveis biologicamente e porque as mulheres geralmente são mais cooperativas e agradáveis. Temos uma governação e extensos programas da Google, áreas de estudo, regulamentos e regras sociais para proteger as mulheres, mas quando um homem se queixa de uma questão de género que afecta os homens, é rotulado como misógino e choramingas».
Aparentemente os pontos de vista de Damore, pelo menos em parte fundados na psicologia evolucionista, tiveram uma larga aceitação entre os empregados (homens, presume-se) da Google.
O que fez a Google? Despediu Damore e Sundar Pichai, o CEO da Google, distribuiu uma nota ao pessoal considerando que «sugerir que um grupo de nossos colegas tenha traços que os tornem menos adequados biologicamente a esse trabalho é ofensivo e não está bem», e que partes do memorando violaram activamente o código de conduta do Google por «promover estereótipos prejudiciais de género no nosso local de trabalho». Fez uma coisa inútil (despedir Damore) e o que escreveu não é menos preconceituoso do que o memo de Damore ao admitir que os pontos de vista dele são ofensivos (o que não significa que não possam ter fundamento) e ao considerar que os estereótipos da Google são indiscutíveis, ao contrário dos pontos de vista de Damore que são estereótipos.
Vem a propósito republicar este post de há quatro anos:
Um das obsessões recorrentes de politicamente correcto é a procura incessante da igualdade dos sexos e a correspondente doutrina da discriminação positiva das mulheres. Ora acontece que qualquer observador atento e descomplexado da realidade perceberá que se há coisas desiguais são homens e mulheres, desigualdade que felizmente tem resistido a décadas de endoutrinação e políticas no mínimo fúteis e nalguns casos nocivas. Dirão os fiéis mais razoáveis que não se trata de «igualdade» mas de igualdade de oportunidades. Ainda assim, se homens e mulheres são tão diferentes, porque haveriam de procurar oportunidades iguais?
Para combater a suposta desigualdade, os crentes preconizam políticas de discriminação positiva, frequentemente sob a forma quotas para certos lugares – por exemplo, parlamentos, conselhos de administração, etc. Estas políticas fazem tanto sentido quanto teriam feito as quotas para licenciaturas há umas décadas. Se acaso tivessem sido adoptadas ter-se-iam revelado hoje completamente estúpidas, face ao facto de em quase todas as licenciaturas as mulheres já estarem em maioria sem quotas.
Para quem defende a engenharia social via política de quotas, há já hoje mais razões para estabelecer quotas para os homens do que para as mulheres. Exagero? Veja-se o exemplo das bolsas «Quero Estudar Melhor» promovidas pela Impresa e a PréBuild atribuídas aos alunos com as melhores médias de entrada na universidade. O ano passado em 30 alunos, 23 eram raparigas e este ano com o mesmo número de bolsas o número de raparigas aumentou para 25.
Que quer isto dizer? Que se não tiver havido enviesamento na escolha dos bolseiros, seria mais provável eu acertar no Euromilhões do que os rapazes e as raparigas terem o mesmo desempenho escolar em dois anos consecutivos nos dois universos de finalistas do secundário dos quais foram extraídas aquelas duas amostras.
Estão são os factos cuidadosamente ignorados pelo politicamente correcto. Quanto às causas, já sobre elas escrevi várias vezes (ver este link).
Experimentei, e estou a gostar de um motor de busca. Alternativo ao google: duckduckgo...além de tudo dizem q não "seguem" a pessoa...
ResponderEliminarNeves