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La souplesse elle-même |
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A diferença fundamental entre Roger Federer e os outros jogadores do planeta não é a mais evidente, ou seja, o facto de ele ganhar a maioria das vezes. Isso é um corolário, talvez uma coincidência, muitas vezes uma consequência lógica. A diferença real entre ele e outros, como todo mundo sabe, é que os outros jogam ténis, enquanto ele faz algo que tem mais a ver com a respiração, ou com o voo de aves migratórias, ou com a força renovada do vento de manhã. Algo escrito há algum tempo - inevitável - no curso das coisas. Algo natural. Por acidente, Federer tem uma raquete na mão, mas, ao vê-lo jogar, muitas vezes esquece-se que isso é uma raquete e acaba por se acreditar que é uma espécie de pinça que os seres humanos tinham na origem, e que mais tarde nós perdemos porque é óbvio que era inadequada para a luta pela sobrevivência. Todos nós a perdemos, excepto ele, que, por razões obscuras (o carácter isolado da Suíça deve ter a ver com isso), emergiu ileso de séculos de mutação genética.»
Alessandro Baricco (de La Repubblica) em
El País
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