Outras marteladas e O clube dos incréus reforçou-se.
O intervencionismo do BCE, que copiou com atraso a Fed e o BoE, adoptando o alívio quantitativo e as taxas de juro negativas ou nulas, desde o «whatever it takes» do Super Mario de Julho de 2012, está cada vez mais parecido como terapêutica com a sangria dos pacientes praticada pela medicina medieval para tratar qualquer doença, incluindo a anemia.
Ou, pelo lado dos pacientes, está cada vez mais parecido com a administração de metadona que os induz em desespero cada vez que antecipam a redução da dose. Como foi o caso do discurso de Sintra do Super Mario ter gerado momentaneamente pânico nos mercados, só apaziguado depois de vários lugar-tenentes (incluindo até o nosso ministro anexo, agora residente em Frankfurt) terem explicado aos leigos a interpretação autêntica do que se passaria nas meninges do Mestre. Chegámos assim ao ponto em que a hermenêutica dos discursos do Super Mario assume o papel da leitura das folhas de chá no Tarot.
Por razões fáceis de entender, estas políticas continuam a merecer a reverência, sobretudo em países como o nosso em que o Estado vive directa e sobretudo indirectamente, pela indução de confiança nos mercados, a expensas do BCE. Proliferam assim as luminárias que vêem a União Europeia e as miríficas políticas de mutualização da dívida como o alfa e ómega da salvação sem esforço das finanças arruinadas da pátria.
É por isso relativamente raro alguém com conhecimento de causa atrever-se a contrariar este cânone. Devemos, portanto, saudar as poucas vozes desalinhadas e, na circunstância, relevar este post de Tavares Moreira no 4R salientando os efeitos perversos e as consequências indesejadas destas políticas do BCE.
Sem comentários:
Enviar um comentário