Recapitulando:
Segundo o relatório da OCDE divulgado em Fevereiro, Portugal «tem 432 polícias por 100 mil habitantes, um valor que torna a polícia portuguesa 36% mais bem equipada do que as polícias na média dos países europeus» (jornal Eco).
Não obstante,
Esta aparente abundância de meios não impediu que, segundo o presidente da Associação dos Profissionais da Guarda (APG) disse ao diário do regime, «em cada um dos três concelhos afectados pelo incêndio que há mais de uma semana matou 64 pessoas no centro do país (apenas existiam) dois homens e um carro patrulha».
Assim, a "estrada da morte" não foi cortada por “falta de meios”, titulou o diário. Parêntesis: em que ficamos? Costa disse que a GNR lhe tinha dito que não cortaram a estrada «porque a ameaça naquele local surgiu de forma repentina e inusitada».
E porque só existiam dois homens e um carro patrulha? Segundo o presidente da APG porque, por exemplo, «o posto da GNR de Pedrógão Grande, que tem 15 militares, quando deveria ter o “dobro”. No fim-de-semana do incêndio, entre militares de folga e de férias, restavam dois agentes em patrulha e um no posto».
E se fossem o "dobro" quantos teríamos no fim de fim-de-semana do incêndio? Aí segundo a aritmética do presidente da APG teríamos quatro agentes em patrulha e dois no posto. Seria esse dispositivo suficiente para cortar N236?
Não, segundo um general de GNR ouvido pelo outro diário do regime que disse «para garantir o completo bloqueamento destes pontos seriam precisos 20 homens com viaturas, principalmente motos. Mas como se anda aos pares, seriam quase 15 patrulhas (5 motos e 10 carros), ou seja, 25 homens", »
Agora sim, estamos em condições de estimar o efectivo necessário no posto de Pedrógão Grande para bloquear a N236 naquele fim-de-semana fatídico: 75 agentes = 25 agentes x 15 agentes/5 agentes.
Não admira por isso que como confessou o presidente da APG «alguns militares estão a ter acompanhamento psicológico e estão mesmo de baixa, encontrando-se “tremendamente afectados” pelo que aconteceu».
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