«Alguém que dedicou toda a vida a estudar doenças e as suas origens a discursar num Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas só podia dar numa intervenção do 10 de junho fora do comum. Manuel Sobrinho Simões é médico e investigador e também presidente da comissão organizadora das comemorações e aproveitou o momento para falar de genética e até da responsabilidade de portugueses pela propagação de doenças raras. Isto tudo para concluir que os portugueses têm “uma mistura notável de genes com as mais variadas origens (...) somos de uma extraordinária diversidade genética“.» (Observador)
Sete anos e uns dias antes, o mesmo patologista, numa entrevista ao Expresso de 29 de Maio de 2010, disse a Clara Ferreira Alves, aka a Pluma Caprichosa, o seguinte, de que tomámos a devida nota neste post:
«Viemos (todos de África). E nós temos uma diversidade menor, nós e os galegos, do que qualquer outra pessoa na Europa. Somos iguais aos galegos. Mais longe de Adis Abeba. Éramos muito poucos. Se vinham seis pessoas, elas tinham características diferentes umas das outras, mas das seis só uma ou duas chegam ao ponto seguinte. Há uma espécie de efeito de gargalo.
(...)
Um geneticista dirá que é péssimo (termo-nos cruzado pouco).»
De onde temos de concluir: (1) ou bem o conhecimento sobre a genética dos portugueses evoluiu; (2) ou bem os portugueses são seres mutantes, (3) ou bem o presidente dos Afectos que organizou o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas achou que o país estava carecido de afecto e encomendou um discurso mais afectuoso ao Dr. Sobrinho Simões que não hesitou em contribuir para aumentar a auto-estima dos portugueses em vez de citar outra vez um ditado galego para nos descrever: quando se vê um galego numa escada nunca se sabe se vai a subir ou a descer.
O Ditado Galego é precioso. E tão a propósito.
ResponderEliminarExcelente ... a ciência servida como convém.
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