«Se olharmos para os cinco maiores bancos do sistema financeiro português (CGD, BCP, Novo Banco, BPI e Santander) constatamos que se perderam quase 22,5 mil milhões de activos durante 2016. Isto em si não seria mau se a economia não acabasse subfinanciada, não se perdendo investimento. Porém, foi mesmo isto que sucedeu, pois esta redução foi em parte feita à custa de uma queda do crédito concedido (o qual registou uma quebra colectiva de 13 mil milhões de euros) e teve um impacto negativo no investimento. Por outro lado, perderam-se 11 mil milhões de depósitos!
Se, por um lado, o total dos activos desceu, seria de esperar um menor volume de imparidades. Porém, ao invés, assistimos a um crescimento destas imparidades em 3300 milhões de euros, ficando o ano de 2016 registado como o ano em que se registaram mais 6000 milhões de euros de novas imparidades! Se os resultados de 2015 foram colectivamente maus (-330 milhões de euros), os de 2016 foram piores (-1910 milhões) embora particularmente por causa da CGD, que este ano apresentou um resultado negativo de -1860 milhões de euros.
Por fim, há que não esquecer: 1) a necessidade da CGD fechar o seu financiamento de 500 milhões através de dívida júnior emitida no mercado internacional; 2) a litigância em torno do Novo Banco quer pela reclassificação da senioridade da dívida e que foi transferida para o BES quer pelas providências cautelares levantadas à venda do Novo Banco; e 3) o desfecho do processo do Montepio.»
De um artigo do professor João Duque, um economista impertinente, publicado (por engano?) faz algum tempo no Expresso
Sem comentários:
Enviar um comentário