Trata-se de mais uma história de uma morte anunciada. Entretanto, alguns dados:
- Contas anuais apresentam perdas há 25 anos;
- Recusa da possibilidade de fazer parte de um grupo maior pelo menos por duas vezes nos tempos recentes (KLM em 2003 e Air France em 2008);
- Em 2008, foi privatizado o activo da Alitalia (Etihad – 49%?), ficando o passivo a cargo do estado (onde já vimos isto?);
- Também 2008, para além dos contribuintes assumirem mais uma vez as perdas, foram dados benesses impensáveis a 1500 trabalhadores “reestruturados”: 4 anos de salário (80%, incluindo diversas verbas adicionais), mais três anos de mobilidade estendidos mais tarde por mais dois anos. Ou seja, um total de 9 anos de salário (mais ou menos 80%) garantido sem terem de trabalhar;
- Nesse mesmo ano, foram derrogadas normas anti-trust para as rotas internas (que ainda se mantêm em vigor hoje, passados 9 anos);
- Em 2013, a Alitalia voltou a ser recapitalizada através dos… correios italianos!
- Em 2014 mais 1199 trabalhadores são “reestruturados”. Foi dada a esses trabalhadores a possibilidade de beneficiarem da ajuda de agências especializadas de colocação no mercado de trabalho. Mais de 84% dos trabalhadores NÃO se inscreveram… Há um ano, foram detectados 36 trabalhadores a receberem salário por nove anos a… trabalharem para companhias concorrentes! Julga-se que serão muito mais do que 36.
Ainda bem que existe a União Europeia que impede o estado italiano de torrar mais dinheiro na companhia.
(De um email do meu amigo AB, italiano nacionalizado)
Tudo isto parece-se demasiado com mais um caso do que baptizei em tempos Efeito Lockheed TriStar (seguir link para saber porquê).
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