«Imaginem que um governo baixava o défice com medidas extraordinárias.
Imaginem que um governo aumentava as cativações e cortava o investimento do Estado, de modo a manter os maiores salários da função pública e as pensões mais elevadas.
Imaginem que um governo tentava primeiro privatizar a administração da CGD, e depois arranjava investidores estrangeiros caríssimos, ao mesmo tempo que anunciava ir encerrar balcões e despedir trabalhadores.
Imaginem que um governo, para arranjar receita fiscal, dava um perdão às maiores empresas portuguesas, que assim poupavam milhões de euros.
Imaginem que um governo se propunha aumentar o poder dos serviços de informações para recolher dados de comunicações privadas, numa iniciativa outrora chumbada pelo Tribunal Constitucional.
Imaginem que um governo vendia um banco a custo zero e com garantia à Lone Star, entidade há muito classificada pelo BE como “fundo abutre”, consagrando o controle estrangeiro dos quatro maiores bancos privados em Portugal.
E agora, imaginem que esse governo era um governo chefiado por Pedro Passos Coelho.
Estão a ver?
Era a austeridade. Era o neo-liberalismo. Era a crise social. Era o fim de Abril. Era o fascismo. E, claro, eram greves, eram manifestações, eram aulas magnas, eram apelos ao tribunal constitucional, era Vasco Lourenço, era Manuel Alegre, era a revolução.
Mas como esse governo é de António Costa, derrotado nas eleições de Outubro de 2015, mas amparado pelo PCP e pelo BE, eis o país, segundo o presidente da república, embalado pela mais perfeita paz social.»
«Sim, dá muito jeito ter António Costa no governo», Rui Ramos no Observador
Dá muito jeito é ter uma comunicação "sucial" servil,corrupta e venal.
ResponderEliminar"Imaginem que um governo baixava o défice com receitas extraordinárias".
ResponderEliminarNão é preciso imaginar, Cavaco Silva. E o pior é que transformou essas
receitas extraordinárias em despesa estrutural, começou ai a falta de sustentabilidade.