Era uma vez o banco Lloyds resgatado em 2008 pelo governo inglês com 20,3 mil milhões de libras (à época quase 30 mil milhões de euros) dos contribuintes. Nove anos depois, o chanceler Philip Hammond anunciou na sexta-feira que o governo tinha vendido gradualmente desde 2013 os 43% que detinha no Lloyds, ficando com menos de 2% que irá vender nas próximas semanas. Com o produto da venda em bolsa e os dividendos recebidos, o governo já encaixou 20,4 mil milhões de libras, ou seja recuperou todo o dinheiro do resgate. Se a este valor somarmos a venda dos restantes 2% o governo ganhará com o resgate quase mil milhões de libras em 9 anos.
Para justificar a venda Hammond explicou: «while it was right to step in with support during the financial crisis, the government should not be in the business of owning banks in the long term». Algo que o presidente dos Afectos, Costa, Centeno e a geringonça em coro deveriam recitar todas as noites antes de dormirem enquanto por aí andarem.
Como foi isto possível, quando se sabe que os os governos portugueses não tem parado de torrar dinheiro nos bancos resgatados, incluindo num cagalhoto chamado BPN, que foi nacionalizado pelo governo socialista de Sócrates e, segundo Teixeira dos Santos, era para não custar nada e custará pelo menos um quarto do resgate do Lloyds?
As respostas óbvias são: (1) o governo inglês nomeou para resgatar o Lloyds Horta Osório, provavelmente o único português capaz de o fazer com sucesso; (2) o governo inglês teve a rainha Isabel II no lugar de Cavaco, primeiro, e de Marcelo dos Afectos, depois, teve David Cameron e Theresa May no lugar de Sócrates, primeiro, de Passos Coelho e António Costa depois. teve George Osborne, primeiro, e Philip Hammond, depois, no lugar de Teixeira dos Santos, primeiro, e de Vítor Gaspar e Maria Luís Albuquerque, depois, e finalmente Centeno.
Abreviadamente: a Inglaterra ficou com o português certo (aquele a quem Ricardo Salgado e os outros banqueiros que arruinaram os bancos portugueses chamavam a bocca chiusa «o amigo dos espanhóis») e, claro, ficou com os ingleses que já tinha; Portugal ficou sem o português certo e, claro, ficou com os portugueses errados que já tinha e ainda arranjou outros.
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