A transição das associações de estudantes, das redacções dos jornais e das universidades de Verão com festas «LGBTQIA+» para os corredores do poder não está a ser fácil para o BE. Uma após outra, deixam cair as suas bandeiras para não comprometer a ménage à trois (e não, não é a quatre porque o quarto é a criada de servir do PCP), ménage que lhe dá acesso a esses corredores que percorrem com gosto e avidez, na esperança de chegarem aos gabinetes do poder.
A última bandeira que deixaram cair foi a da «reestruturação da dívida» que no bloquês significava «abaixamento da taxa média de juro», «alongamento do prazo de pagamento da dívida» e «reestruturar, pelo menos, a dívida acima de 60% do PIB», ou seja um haircut de 70% do PIB.
Após um longo labor intelectual em que participaram luminárias do BE e do PS, foram agora conhecidas as conclusões do Grupo de Trabalho sobre a Sustentabilidade da Dívida Externa: «alargamento da maturidade para 60 anos (mais 45 anos do que o prazo atual) e uma redução da taxa de juro para 1%. Isto apenas em relação aos empréstimos europeus que somam 52 mil milhões de euros, ou seja, um terço do envelope financeiro do resgate português em 2011».
Lá se foi a maior parte da redução dos juros e o haircut de 70% do PIB. Mesmo com o colossal haircut do haircut, deixando o BE cair as calças e a vergonha, o governo já disse que não se compromete. Pudera! Costa sabe perfeitamente que se falar demasiado grosso com Bruxelas arrisca-se a fecharem-lhe a torneira do óleo para a geringonça.
Registe-se que o PCP não participou no Grupo de Trabalho. Teve um pouco mais de vergonha e, sobretudo, tem mais para dar em troca com os sindicatos à trela que lhe dão um poder que o paleio inflamado do BE não lhe proporciona, mesmo cedendo em toda a linha no que jurava serem os seus princípios.
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