«Centeno para agências de rating: "O Portugal de hoje é diferente do Portugal de 2012"»
Em 2012, devido à falência no ano anterior do Estado Sucial administrado por um PS conduzido por José Sócrates, Portugal estava então no segundo ano de um resgate, sob a tutela da troika, tendo como gerência o governo PSD-CDS. Dia sim, dia não, havia maninfestações de indignados excitados pela forças que hoje apoiam a geringonça, os mídia infestados pelo jornalismo de causas mostravam um país na miséria a morrer de fome, vítima de um neoliberalismo obcecado com o défice.
Em 2017, Portugal está no segundo ano de gerência da geringonça, um zingarelho tripeça improvisado para salvar a cabeça de Costa, provavelmente a caminho de um outro resgate. As manifestações sumiram-se, os mídia continuam infestados pelo jornalismo de causas mas mostram um país próspero, pleno de afectos, a fruir o fim da austeridade, com a carga fiscal a aumentar, a crescer menos, com as contas externas a deteriorarem-se, a dívida pública a crescer e, pasme-se, com governo obcecado com o défice.
Por isso, a resposta é sim: com excepção da obsessão pelo défice, o Portugal de hoje é diferente do Portugal de 2012.
Mutatis mutandis, o Portugal de hoje é mais parecido com o Portugal de 2009 ou 2010. Em vez das auto-estradas de José Sócrates temos a clientela eleitoral da geringonça e temos a obsessão pelo défice de que Sócrates não padecia, ceteris paribus.
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