01/03/2017

A pulsão totalitária do politicamente correcto


A propósito de Moonlight um filme medíocre que arrecadou o Oscar para o melhor argumento adaptado, essencialmente pelo clima actualmente reinante em Hollywood, João Braga, um fadista desalinhado, escreveu no seu Facebook «agora basta ser-se preto ou gay para ganhar os Óscares».

Foi obviamente uma boutade porque é evidente que não bastou ser-se preto ou gay para ganhar aquele Oscar. Foi preciso ser-se preto e gay e participar num filme com um argumento fabricado para titilar as meninges da tropa do politicamente correcto obsessivamente fixadas nas questões relacionadas com o sexo do género homo sapiens sapiens.

Pode-se concordar ou discordar ou, como é o meu caso, ser-se indiferente à boutade de João Braga. Em último caso pode-se ser biblicamente estúpido como a organização SOS Racismo e bramar-se indignações.

Passamos a outro plano quando a indignação biblicamente estúpida passa a queixa junto da Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial porque «no actual contexto político e com o crescimento de movimentos e discursos racistas...» rebeubéu pardais ao ninho. Passamos ao plano das pulsões totalitárias. Sem surpresa para quem esteja atento à história.

2 comentários:

  1. Para ler:

    http://dioguinho.pt/rita-marrafa-carvalho-escreve-carta-joao-braga/

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  2. O link do comentário anterior leva-nos a uma "carta aberta" de Rita Marrafa de Carvalho (uma jornalista?) a João Braga, epístola que é um excelente exemplo da pulsão totalitária do politicamente correcto (PC), doutrina que na circunstância foi defendida com o uso de argumentos tão mal-amanhados e um vocabulário tão reles que uns e outros seriam normalmente classificados pelos sacerdotes do PC como politicamente incorrectos. A coisa compreende-se porque, uma vez mais, os fins justificam os meios - é tudo por uma boa causa.

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