Como se sabe, o pensamento económico de Costa seria, se Costa tivesse um pensamento económico para além da sua inspiração na Banda do Casaco («Hoje há conquilhas, amanhã não sabemos»), fundado na doutrina dominante da Mouse School of Economics.
E o que nos diz essa doutrina dominante? Várias coisas, mas fiquemos pelas mais importantes: incentivando o consumo (mesmo o de bens importados) a economia cresce; seja qual for o investimento, nomeadamente o investimento público, o multiplicador socialista converte o investimento em PIB k vezes (em auto-estradas k=18); a produtividade aumenta quando aumentam os salários.
Daqueles princípios resultam vários corolários, mas fiquemo-nos pelos mais importantes: o défice das contas públicas (a «obsessão» pelo défice é um dos crimes do neoliberalismo) e o défice das contas externas são irrelevantes («ninguém analisa a dimensão macro da balança externa do Mississipi ou de qualquer outra região de uma grande união monetária», disse sabiamente Vítor Constâncio por voltas de 2000); a «aposta no investimento público» e «numa estratégia assente em baixos salários (não) conseguiremos ser competitivos» (disse com igual sapiência Costa, um destes dias).
Inexplicavelmente, Costa na sua governação abandonou os três primeiros corolários, fixando-se obsessivamente no défice orçamental, anunciando todos os dias grandes «realizações» do seu governo em matéria de contas externas, dedicando uma importância inesperada às exportações (onde até o presidente dos Afectos também tem «feelings») e deixando cair o investimento público ao nível de 1995. Do pensamento da Mouse School of Economics resta-lhe, pois, o aumento dos salários para melhorar a competitividade. Passando das palavras aos actos aumentou o salário mínimo.
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