«Tenho saudades das greves do Metro porque a sua ausência é o melhor sinal de que o serviço público se está a degradar. Ao mesmo tempo, o algodão não engana: estando os sindicatos calados e sossegados, é porque estão a atingir os seus objectivos, e estes, numa empresa pública dependente do dinheiro dos contribuintes, são inevitavelmente contraditórios com o interesse dos utentes e de todos os que pagam impostos.
Os sinais estão aí (...): há muitas carruagens avariadas à espera de intervenção e há mesmo 11 unidades fora de circulação porque estão a ser utilizadas para fornecer peças às que estão a circular; o fornecimento dos cartões de plástico “Lisboa Viva” esteve, e porventura ainda está, racionado; já os cartões “Viva Viagem”, esses esgotaram-se pura e simplesmente; a sujidade acumula-se nas estações; o número de carruagens por composição diminuiu; o espaçamento entre cada composição é maior e tornou-se corriqueiro ouvir avisos que “o tempo de espera pode ser superior ao normal”.»
«Já tenho saudades das greves no Metro», José Manuel Fernandes no Observador
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