A primeira vez estranha-se. A segunda vez entranha-se.
«Ver Sócrates a falar sobre leis de enriquecimento ilícito num encontro institucional do PS até podia ter piada. Ou melhor, ver Sócrates a falar em público de hipotéticas leis sobre enriquecimento ilícito é tão surreal que só pode ser encarado como um exercício de stand-up de uma pessoa inimputável. Sucede que esse show cómico foi realizado num evento do PS. A comédia passa assim a tragédia. Como é que o PS se permite a isto? Com a exceção de Ana Gomes, ninguém naquele partido está disponível para ver que um primeiro-ministro não pode receber milhares e milhares de euros em dinheiro vivo de um construtor que recebeu contratos do governo do primeiro-ministro que recebeu as malas de dinheiro? Como é que isto pode ser um tabu dentro do PS? Este facto já foi admitido por Sócrates, e chega e sobra para uma condenação pública, política e moral desta figura que devia estar coberta de vergonha e debaixo de uma pedra algures na Mongólia interior - mas está a ser reabilitado pelo PS, o tal partido que se julga a essência do regime.»
Henrique Raposo, no Expresso
Estão a ser muito injustos com Sócrates, estão a desprezar a outra metade da narrativa. Que diz que Sócrates alem de viver á conta de um amigo, vivia, já depois de 1* ministro, á conta da mãe. Essa mais-valia permitiu-se uma vivência que o tornou capaz de compreender a nossa juventude, tornou-se o estadista do futuro,
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