«Ele era assim um bocado como o Jesus, o Jorge Jesus:
arranjava respostas para tudo, mesmo quando as coisas pareciam correr mal.
Maynard, a quem os mais distantes chamavam Mr. Keynes, sabia de economia como ninguém.
Em Portugal eram todos, ou quase, seguidores de metade da sua teoria (aquela
parte que diz que o Estado deve gastar em contraciclo); a outra metade (aquela
que diz que o Estado deve poupar quando a economia cresce) só um ou outro
subscrevia. Por isso, mal rebentou a crise, formou-se em Portugal uma seleção
de keynesianos (nome dos seguidores do Maynard), absolutamente notável. Ia desde
os bloquistas, capitaneados por Louçã, a homens insuspeitos de simpatias com a
esquerda, como Bagão Félix ou Manuela Ferreira Leite. Passava por inúmeras
sumidades, entre as quais o Presidente da República e professor de Economia
Cavaco Silva, que sabiam precisamente o que fazer»
Comendador Marques de Correia, «Ai, meu Deus, a falta que o Maynard
faz nestas alturas em que tudo se baralha», na Revista do Expresso
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