31/08/2016

De como um comendador pode entender melhor Mr Keynes do que os keynesianos


«Ele era assim um bocado como o Jesus, o Jorge Jesus: arranjava respostas para tudo, mesmo quando as coisas pareciam correr mal. Maynard, a quem os mais distantes chamavam Mr. Keynes, sabia de economia como ninguém. Em Portugal eram todos, ou quase, seguidores de metade da sua teoria (aquela parte que diz que o Estado deve gastar em contraciclo); a outra metade (aquela que diz que o Estado deve poupar quando a economia cresce) só um ou outro subscrevia. Por isso, mal rebentou a crise, formou-se em Portugal uma seleção de keynesianos (nome dos seguidores do Maynard), absolutamente notável. Ia desde os bloquistas, capitaneados por Louçã, a homens insuspeitos de simpatias com a esquerda, como Bagão Félix ou Manuela Ferreira Leite. Passava por inúmeras sumidades, entre as quais o Presidente da República e professor de Economia Cavaco Silva, que sabiam precisamente o que fazer»

Comendador Marques de Correia, «Ai, meu Deus, a falta que o Maynard faz nestas alturas em que tudo se baralha», na Revista do Expresso

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