«Obama distribuiu elogios para um lado e para outro, no seu já conhecido ritmo muito bem compassado de discurso, através da sua irrepreensível dialética e com recurso à sua decidida gestualidade… Até que chegou ao momento em que repetiu a falha de Bill Clinton! Quando diz, “É por isso que eu posso dizer com confiança que nunca houve um homem ou uma mulher, nem eu, nem o Bill [Clinton], nunca houve ninguém mais qualificado do que Hillary Clinton para servir como Presidente dos EUA”, Obama fugiu à verdade.
Obama não acredita no que está a dizer. Os seus gestos delatam que não está a ser sincero. Tal como Bill Clinton no momento em que este negou ter tido relações sexuais com Monica Lewinsky, também Obama utilizou o dedo indicador em riste da mão direita para pontuar o seu ‘statement’. Tal como Bill, Obama é canhoto. Quando falamos espontaneamente com o corpo, é a nossa mão “forte” que aparece mais expressiva, destacada e espontânea. Quando o discurso é trabalhado, a tarefa de gesticular parece que salta para a mão racional. Este pormenor indica que não estamos a ser genuínos. Denuncia que houve ensaio.
Tal como Bill, também Obama acenou com a cabeça enquanto refere uma frase de negação. No caso de Bill Clinton, a cabeça acenou para dizer que o ex-Presidente “não” teve relações com Lewinsky. Obama acenou afirmativamente com a cabeça para negar conhecer alguém mais qualificado do que Hillary para presidir aos EUA. Quando o corpo diz uma coisa e as palavras outra, podemos tomar os gestos como mais fiáveis. O discurso é ensaiado. O corpo nem sempre se adapta a determinados papéis. Talvez Obama estivesse a pensar na Michelle para o cargo, mas atrevo-me a dizer que não acredita verdadeiramente que Hillary seja a mais indicada para conduzir o destino dos EUA.»
Muito bem observado por Maria João Ribeiro em «Barack e Bill: o mesmo erro!». Mesmo os homens melhores mentirosos, como estes dois, quando falam de umas mulheres têm dificuldade de enganar outras.
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