Uma das consequências perversas do intervencionismo dos bancos centrais com taxas de juro negativas ou próximas de zero é punir os aforradores e desincentivar a poupança. É claro que a punição dos aforradores só tem impacto social se houver aforro significativo. Por isso, a política do BCE não preocupa os países onde a poupança é desprezível – não por acaso os países onde a bancarrota teve mais impacto e a recessão foi mais violenta -, países cujos eleitorados são constituídos por uma maioria esmagadora de devedores a quem as taxas de juros baixas permitem empurrar com a barriga os seus débitos.
Economist |
Os defensores do intervencionismo monetário fintam a questão com a lengalenga de que os alemães e os holandeses adoram poupar e vêem os empréstimos como imorais – o argumento definitivo é que, em alemão como em holandês (uma língua muito próxima do alemão), uma das palavras para designar dívida é culpa.
Por muito que se finte a questão, as fintas deparam-se com a dura realidade: sem poupança não há investimento e sem investimento não há crescimento.
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