13/07/2016

CASE STUDY: quem é o deus ex machina da Ongoing? (18)

Repetindo-me: quando em 2009 escrevi o primeiro post da série «quem é o deus ex machina da Ongoing?» a razão da pergunta e a pergunta em si mesma poderiam ser obscuras para a maioria dos portugueses que não faziam a menor das ideias de que o resgate pela troika os esperaria dois anos depois, e que decorridos outros quatro anos assistiriam ao colapso dos Espírito Santo, os Donos Disto Tudo.

O que há então de novo? Há o PER, o Processo Especial de Revitalização ao abrigo do qual a Ongoing se propõe que os bancos lhe perdoem 97% da dívida. E quais bancos? Fica quase tudo entre o Novo Banco, que herdou crédito do BES com a maior fatia, e o BCP. E porquê estes?

A parte do BES não carece de explicação, o que alguém deveria explicar é como foi o crédito da Ongoing parar ao Novo Banco que, segundo os critérios do resgate, deveria ter ficado no «banco mau», isto é no BES,  A parte do BCP também se explica facilmente pela participação da Ongoing como testa de ferro dos Espírito Santo no assalto ao BCP (ver este post inaugural da série e ainda este e este sobre o móbil do assalto).

Fica então apenas por explicar como tem sido possível uma parte da comentadoria do regime ainda não ter percebido aonde têm ido desaguar os rios de dinheiro dos contribuintes que os governos têm derramado no sistema bancário. Só essa parte, porque a outra parte da comentadoria (a que percebeu perfeitamente) não precisa de ser explicada - são os opinion dealers e é esse o seu modo de vida.

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