06/07/2016

ACREDITE SE QUISER: A bancarotta deles é muito maior do que a nossa

O crédito bancário malparado em Itália atinge a cifra prodigiosa de 360 mil milhões ou um quinto do PIB italiano ou o dobro do PIB português. O governo italiano pretende ensopar este oceano de dívidas incobráveis com quê? Ora que pergunta! Com o dinheiro dos contribuintes.

Segundo as regras europeias de resgate, os obrigacionistas dos bancos terão de suportar primeiro as perdas. Quem são os principais obrigacionistas no caso de Itália? Os contribuintes porque em Itália as famílias aplicam frequentemente as suas poupanças em obrigações dos bancos. (Fonte: The Economist Espresso)

Como diria Burlesconi, se lhe tivessem perguntado à saída do hospital, alla fine della giornata è la stessa cosa.

No meio de todo este nevoeiro conceptual, em Itália como em Portugal, esquece-se a pergunta essencial: sabendo-se quem perde, quem beneficia no fim da linha com as perdas suportadas pelos contribuintes? Ora que pergunta! Os detentores do crédito malparado - empresários e pessoas amigos do regime e da nomenclatura bancária - que aplicaram o dinheiro emprestado pelos bancos, mal ou bem, e não irão reembolsá-lo no todo em ou parte.

2 comentários:

  1. Isso de amalgamar os contribuintes com os investidores não faz sentido. Se fizer, então não vejo onde está o problema: os detentores do crédito mal parado também são contribuintes pelo que fica tudo em casa.

    Agent Provocateur

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  2. Cher M L'Agent Provocateur,
    Amálgama? Qual amálgama?
    «Quem são os principais obrigacionistas no caso de Itália? Os contribuintes porque em Itália as famílias aplicam frequentemente as suas poupanças em obrigações dos bancos.»
    Os contribuintes em causa não são, portanto, os «investidores», isto é uma classe cuja actividade principal é «investir». São as famílias que aplicam as suas poupanças em obrigações dos bancos que, segundo o Economist, são uma legião em Itália.
    Diferentemente, em Portugal por exemplo, as famílias que aplicam poupanças em obrigações dos bancos são uma insignificância estatística. Por isso, a aplicação das regras de resgate no que respeita a obrigações dos bancos teria consequências completamente diferentes de Itália. E, portanto, aplicar a Portugal o que escrevi para a Itália, isso, sim, seria disparate.
    É claro que os «investidores» também são contribuintes – uns 0,0...% - mas confundir as duas coisas é parecido com confundir os «ricos» com a classe média ou os «pobres».
    Cordialement

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