Outras coisas que outros escreveram.
«O voluntarismo português, que António Costa ilustrou com a sua vaca volitante, não é nunca uma tentativa de superação – é uma fezada, um desejo de milagre. Em todo o lado existem discursos motivacionais, mas o seu objectivo costuma ser o de convocar o povo para os sacrifícios que se avizinham, à maneira de Churchill: “Só tenho para oferecer sangue, suor e lágrimas.” Aquilo que sempre apreciei no discurso de Passos Coelho, Vítor Gaspar ou Maria Luís Albuquerque foi a ausência de paninhos quentes e a admissão de que era necessário fazer sacrifícios para que o país voltasse a ser credível cá dentro e lá fora.
Como se vê, esse discurso acabou, acusado de “colaboracionismo”. E entre as mais graves reposições de António Costa está precisamente essa mentalidade messiânica e parola, sempre em busca de um golpe de sorte que resolva a nossa vida por nós – olhem, até as vacas voam! Não, pá, não voam. E não precisamos que voem. O que precisamos, como dizia Natália Correia, é de espetar os cornos no destino. É duro, dá trabalho, mas mil vezes isso do que gastar a vida à procura de vaporosas manadas no céu socialista, com o país preso por um fio de coco.»
Excerto de «Não, António, as vacas não voam», João Miguel Tavares no Público
Infelizmente, é precisamente essa mentalidade messiânica e parola, sempre em busca de um golpe de sorte que resolva a nossa vida por nós que, sendo abundante no Portugal dos Pequeninos, proporciona a Costa a freguesia que garante a sua sobrevivência por um tempo talvez suficiente para nos re-colocar na bancarrota e, provavelmente, lhe poderá proporcionar a aceitação por parte dos parolos de um alibi equivalente à lengalenga da conspiração das agências de rating com o neoliberalismo e os alemães que serviu tão bem aos socialistas da última vez para lavarem as suas responsabilidades. Não menosprezemos as virtualidades da chico-espertice.
Atestado de menoridade a todo um povo...
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