Quando em 2009 escrevi o primeiro post da série «quem é o deus ex machina da Ongoing?» a razão da pergunta e a pergunta em si mesma poderiam ser obscuras para a maioria dos portugueses que não fazia a menor das ideias de que o resgate pela troika os esperaria dois anos depois, e que decorridos outros quatro anos assistiriam ao colapso dos Espírito Santo, os Donos Disto Tudo.
Caído o criador, não espanta a queda da criatura Ongoing. Só surpreende o estrondo que, apesar de não estar à altura da grandeza sismológica do GES, atinge a magnitude dos mil milhões. São 1,3 mil milhões dos quais 493,5 milhões ao Novo Banco e 282,2 milhões ao BCP.
Quem estivesse distraído poderia interrogar-se como foi possível chegar a 1,3 mil milhões? Há várias respostas. A resposta tautológica é: um milhão de cada vez. A resposta cínica é: ninguém reparou porque a Ongoing estava à sombra do DDT. A resposta factual é: leiam-se os 16 posts anteriores desta série e revejam-se as figuras do regime que por lá passaram: Nuno Vasconcelos, Rafael Mora, Ricardo Salgado, e as personagens menores como Soares Carneiro, Silva Carvalho, Agostinho Branquinho entre outros. E as empresas do complexo político-empresarial socialista, como o BES assistido pela Ongoing, PT, Caixa, BCP (na época comandado pelos acólitos de Sócrates), entre outras.
Excelente o acompanhamento que desde cedo aqui fez desta novela.
ResponderEliminarPasmo com a falta de consequências para os actos de verdadeiro terrorismo financeiro nesta pequena república.
De parabéns está toda a canalha legisladora pelo magnífico trabalho efectuado desde a abrilada, permitindo a protecção legal (dificultando a acusação e exagerando nas garantias) a bandidos da finança e políticos.