«Em resumo, foi uma chatice. Paulo Portas elogiou a qualidade literária do discurso de Marcelo. Mentiu. Marcelo sempre foi infinitamente melhor a falar do que a escrever – é o típico professor de Direito. Nem sequer faltou a habitual citação foleira de Miguel Torga, que passou incessantemente nos rodapés das televisões: “Valemos muito mais do que pensamos ou dizemos.” A sério? Valemos? Mais do que pensamos e mais do que dizemos? Pelo amor da santa. Nada tenho contra discursos de miss Universo, mas tenho alguma coisa contra os discursos que insistem em sublinhar a singularidade portuguesa e a sua “vocação ecuménica”, como lhe chamou Marcelo. É mais uma derivação do Quinto Império e desta mania do povo eleito, que apenas serve para promover uma vida com a cabeça em nuvens sebásticas. Se nos julgássemos menos singulares, mais iguais a toda a gente, e arregaçássemos as mangas para trabalhar com os outros, era tão, mas tão mais útil. Aguardo ansiosamente por um Presidente da República que troque as citações de António Lobo Antunes e Miguel Torga pelas de Adília Lopes e Luiz Pacheco. Este país tem fragas a mais e atrevimento a menos.
(...)
O seu discurso foi um discurso de não-escolhas, quando fazer política é o contrário disso – é escolher, e escolher dolorosamente. (...)»
«O presidente de tooooodos os portugueses», João Miguel Tavares no Público
Nas passagens não citadas JMT não me tirou as palavras da boca porque essas palavras nunca sairiam da minha boca.
Vamos à essencia do post:
ResponderEliminar«Nas passagens não citadas JMT não me tirou as palavras da boca porque essas palavras nunca sairiam da minha boca.»
Ou seja: se sairam da boca, ninguém as as pode ter tirado pois sairam; se não sairam, não as tiraram pois não sairam.
Este JMT é bem complicado!
Agent Provocateur