«Diz-me onde colocas o teu “mas” e eu dir-te-ei quem és. Um dos segredos para compreender as genuínas convicções de qualquer pessoa que fale sobre Lula da Silva ou José Sócrates está em detectar o lugar onde no seu discurso surge a conjunção adversativa “mas”. (…)
Não é, de todo, equivalente dizer: “A forma como os telefonemas de Lula foram divulgados pelo juiz Sérgio Moro é inadmissível, mas a aceitação por parte de Lula de um cargo de ministro de Estado é intolerável.” Ou dizer: “A aceitação por parte de Lula de um cargo de ministro de Estado é inadmissível, mas a forma como os seus telefonemas foram divulgados pelo juiz Sérgio Moro é intolerável.” (…)
O que é isso de uma “república dos juízes”, eu não faço ideia, porque nunca vi nenhuma. Já um regime corrupto sei muito bem o que é, porque continuo a ver muitos. E contra isto não há mas, nem meio mas.»
«O lugar da adversativa», um artigo de João Miguel Tavares no Público, que eu gostava de ter escrito
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