Ocorreu-me o parágrafo anterior de um artigo de João César das Neves sobre a mitologia anti cavaquista quando lia o artigo «Alegria de Viver», um artigo de Clara Ferreira Alves na Revista do Expresso, de onde respigo algumas passagens:
«Há uma razão para não deixar a Alemanha tomar conta da Europa. Chama-se alegria de viver. Já estiveram dentro de uma estação de caminho de ferro na Alemanha? (…) Nunca se viu gente mais infeliz elo que esta. E basta olhar para a cara da pobre senhora Merkel, acossada pela extrema-direita, para perceber que a felicidade não reina ali. Agora, olhem para a bem mais modesta estação ele caminho de ferro de Bolonha. (…) Em compensação, sobram os bêbados da Europa do Norte. Uma viagem em Itália chega para perceber que deviam ser os italianos a mandar na Europa. (…) Os italianos são um povo feliz. Na Emília Romagna, de que Bolonha é a capital, os habitantes têm índices de felicidade comparáveis aos do Butão. Agora, experimentem passar um tempinho em Essen ou em Frankfurt e digam se gostaram. (…) A alegria de viver ajuda muito. Num país onde a beleza é uma coisa natural, a comida é gostosa, o sol brilha, as pessoas têm menos tendência para o azedume. E ninguém, em Itália, acompanha carne com um litro de cerveja ou bebe uma malga café com leite por cima do peixe. Há que dizê-lo com frontalidade os alemães são uns tristes. (…)
Confrontemos o mundo que existe na cabeça de CFA com o mundo tal como medido pelo WORLD HAPPINESS REPORT 2016, divulgado a semana passada em Roma, e vejamos a posição no «Ranking of Happiness» dos países mencionados por CFA:
- Entre os cinco países mais felizes encontramos «os bêbados da Europa do Norte»;
- Em 16.º lugar encontramos a «gente mais infeliz», os alemães;
- Temos de descer 34 lugares até ao 50.º para encontrar o «povo feliz», os italianos;
- Os índices de felicidade do Butão colocam-no em 84.º lugar;
- E, já agora, encontramos os portugueses, que para CFA talvez seja um exemplo de povo feliz, em 94.º.
Há séculos que (...) pensadores se deixam levar por fábulas e emoções, (...) com pouca aderência à realidade. Fracos intelectuais fazem mais fraco um povo fraco.
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