Da epopeia do eldorado ao sonho sebastianista, do iluminismo tacanho ao esquerdismo arrasador, do salazarismo subserviente ao europeísmo ingénuo, os nossos brilhantes doutrinadores sempre andaram alheios à realidade e ao interesse nacionais.»
Começa assim o artigo de opinião «Mitos convenientes» de João César das Neves no DN sobre o anti cavaquismo epidémico que assolou a opinião publicada nos últimos anos e contaminou a opinião pública. Contaminação facilitada pelo ressabiamento devido às medidas resultantes da bancarrota socrática que, ao invés de cair sobre os responsáveis e os seus sucessores do mesmo partido, caiu sobre o governo PSD-CDS e, por tabela e apesar dos seus esforços iniciais para fugir com o rabinho à seringa, caiu sobre Cavaco Silva, ampliado pela sua proverbial aselhice.
Antes de passar aos mitos, faço uma declaração de interesse, inútil para quem leia regularmente o (Im)pertinências: não tenho afinidades ideológicas ou políticas com Cavaco Silva, nem simpatia pessoal, nem animosidade pela criatura. Frequentemente, o (Im)pertinências foi muito crítico das acções (e das omissões) de Cavaco Silva.
- Mito Um - «a nossa agricultura, pesca e indústria foram desmanteladas a mando de Bruxelas», durante os mandatos de Cavaco Silva;
- Facto Um - «o produto agrícola não caiu nesses anos, antes subiu 20% acumulados, as pescas 18%, a indústria 57%»;
- Mito Dois - foi uma desgraça porque «o emprego caiu 20% na agricultura, 25% nas pescas e 4% na indústria transformadora»;
- Facto Dois - «Isto chama-se aumento de produtividade …Nesse período o emprego nos serviços aumentava 30%, absorvendo os trabalhadores dispensados»;
- Mito Três - «o sucesso cavaquista se dever exclusivamente aos fundos estruturais»;
- Facto Três - «o total acumulado de dinheiro obtido desde a entrada na CEE, em 1986, até 1995 (líquido do que pagámos) representou uns impressionantes 21% do PIB. Mas nesses anos o produto português aumentou 56% acumulados … nos dez anos seguintes, de 1996 a 2005, Portugal voltou a receber os mesmos 21% do PIB, mas o crescimento foi só de 29%.»;
- Mito Quatro - «nossa desgraça vem da entrada no euro, de que Cavaco Silva é o único responsável»;
- Facto Quatro – entrámos para a Zona Euro «mais de três anos depois de ele sair do poder».
E quem assinou para que a nossa agricultura, pesca e indústria fossem desmanteladas a mando de Bruxelas, foi o bochechas.
ResponderEliminarComo já li na net: quando a notícia é sobre as vantagens de termos entrado na cee, aparece a imagem do bochechas, quando a notícia é sobre desvantagens aparece a imagem do cavaco na nossa comunicação social, e assim se vai educando um povo ignorante para o qual os factos não interessam.
PS. também não gosto do acabado silva.