«Pedro Passos Coelho apresentou a sua recandidatura a líder do PSD e atrelado veio um novo (no sentido de velho) slogan de campanha: “Social-democracia sempre!” Assim mesmo, com ponto de exclamação e tudo. Como seria de esperar, o slogan foi intensamente parodiado – e bem.
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É deprimente esta atitude de Passos, quase a pedir desculpa por desejar um país menos dependente do Estado e onde a liberdade de cada indivíduo seja valorizada como merece. Infelizmente, a direita parece ter assimilado a patranha do “terrível neoliberalismo”, e engolir tal tese significa ter vergonha de lutar por um Estado menor e mais eficiente, que não seja o alfa e o ómega da pátria. Mais do que isso, significa continuar a alimentar aquilo a que Charles J. Sykes chamou “uma nação de vítimas”, onde o discurso da vitimização perpétua se transforma numa segunda pele. Este país precisa cada vez mais de um partido liberal, que não peça desculpa pelo que é e que assuma orgulhosamente aquilo que deseja.»
«Arranjem-me um partido liberal, sff», João Miguel Tavares no Público
Também acho ridícula a súbita conversão de Passos Coelho a «um caminho (que) consiste em fazer pagar o consumo nacional pelo capitalismo internacional por meio de empréstimos», como o descreveu António José Saraiva. Caminho que desde há 30 anos significa para os portugueses uma justificação moral para tentar extorquir os contribuintes europeus depois de esgotada a extorsão aos sujeitos passivos locais.
Não obstante, se o slogan “Social-democracia sempre!” é ridículo, o slogan "Liberalismo sempre!", ou parecido, seria fatal para Passos Coelho e deixaria o PSD eleitoralmente irrelevante. Sendo a política a arte do possível, como o velho Otto descobriu, o silêncio teria sido preferível.
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