26/01/2016

Mitos (219) - O contrário do dogma do aquecimento global (XI)

Continuação de (I), (II), (III), (IV), (V), (VI), (VII), (VIII), (IX) e (X).

Em retrospectiva, que o debate sobre o aquecimento global, principalmente sobre o papel da intervenção humana, é muito mais um debate ideológico do que um debate científico é algo cada vez mais claro. Que nesse debate as posições tendam a extremar-se entre os defensores do aquecimento global como obra humana – normalmente gente de esquerda – e os negacionistas – normalmente gente de direita – existindo muito pouco espaço para dúvida, ou seja para uma abordagem científica, é apenas uma consequência da deslocação da discussão do campo científico, onde predomina a racionalidade, para o campo ideológico e inevitavelmente político, onde predomina a crença.

Uma vez mais, o ano passado foi decretado o ano mais quente de sempre desde 1880 (ver o NOAA, por exemplo). Talvez, mas convém colocar algum cepticismo nestas conclusões científicas porque já não é a primeira vez que os dados são aldrabados por boas causas.

Ainda assim, o homo sapiens só por cá anda há uns 200 mil anos e as acções humanas com impacto potencial no clima têm uns 150 anos. Entretanto, esta bola em que vivemos já roda há uns 4 a 5 milhões de anos durante os quais o clima variou imenso. E ainda antes da Revolução Industrial actuaram e ainda actuam várias causas potenciais de aquecimento do planeta não atribuíveis directamente à acção do homem moderno.

Por exemplo, há uns 15 mil anos, os índios que então habitavam o actual Canadá, andavam a pé, não tinham nem automóveis, nem indústria, exterminaram os mamutes e extinguiram a pradaria substituída pela tundra.

Por exemplo, estima-se que as flatulências dos bovinos, essencialmente metano, um gás 25 vezes mais nocivo para o efeito de estufa do que o dióxido de carbono, são responsáveis por 14% do aquecimento global desde o princípio da Revolução Industrial. As emissões com origens em veículos representam nos Estados Unidos uns 20% do total. A nível mundial, possivelmente  representam menos que os traques e os arrotos das vacas.

Por estas e por outras, o bom senso aconselha a um quantum satis de cepticismo para equilibrar as certezas dos fiéis das várias seitas e, em particular, da seita da Christiana Figueres, secretária executiva da UN Framework Convention on Climate Change.

4 comentários:

  1. É preciso coragem para desenvolver uma tecnologia para analisar as flatulências de qualquer animal. Ainda não me deu para ir ver como "tudo começou". Desde a Evolução Industrial que os germanos têm mostrado o maior privilégio cerebral na Química. Os britânicos predominam na Física. Mas isto é Físico-Química! Grande salganhada, v.g., porcaria...
    E temos que contar com todos os bichos que têm flatos! "Como o outro", voam os pombos, mas ainda bem que os bovinos não voam.
    Abraço

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  2. Dizem que uma Sra perto de Bocage, num chá chique, largou uma fatulência. E pediu ao Sr. que se pronunciasse como o autor do flato. Ele disse:
    "o peido que esta senhora deu, não foi ela, fui eu".
    Simplex

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  3. Os índices de poluição nas fabricas , ruas movimentadas e o efeito benéfico que tem tido as restrições implementadas pelas tais esquerdas líricas, são factos. A enorme massa de detritos, plásticos e outros que já forma uma área igual a da Holanda no meio do Pacifico e no meio do Atlantico, são factos. A acidez dos oceanos, que tem aumentado tambẽm são factos. Enfim mas culpemos os tais esquerdistas liricos, mas tenhamos atenção aos factos e são mesmo muitos.
    Que o aumento do nivel do mar não nos obrigue a ir para o emprego de barco.

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  4. Não se ideia da dextra se da sinistra, mas reparem que quase todo o nosso lixo vai dentro de sacos de plástico.

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