Que os mídia estão infestados de jornalismo de causas e praticam um enviesamento sistemático em que se contrabandeiam opiniões disfarçadas de factos com o propósito de manipular as fracas meninges dos portugueses, só não vê quem não quer ver.
Se isso é fácil de ver nas notícias é mais difícil de ver na ausência delas. Pouca gente se aperceberá que, tão sistematicamente quanto a distorção infecta as notícias, o silêncio deliberado as omite. É, por isso, relativamente invulgar alguém, sobretudo um jornalista, tirar das sombras das redacções exemplos dessas omissões.
Foi o que fez Helena Matos no seu artigo do Observador «Coisas que nunca mudam: as não notícias» onde aponta os exemplos das «não notícias sobre a França» (centenas de veículos incendiados todos os dias - 804 na passagem de ano), das «não notícias sobre a Grécia» (que saiu do radar dos jornais apesar dos acontecimentos – ver a série de posts «De como o melhor que pode acontecer ao paraíso prometido aos gregos pelo Syriza é ser um purgatório») ou das «não notícias sobre Guantanamo» (ver estes posts).
O artigo de Helena Matos é notável. Não poude escrever mais porque nem no Observador de uma semana teria espaço.
ResponderEliminarComo vos disse o ano passado, a censura por omissão instala-se, cada vez com mais sucesso, nos blogs portugueses: já não aparece «Comentário eliminado...»; não aparece nada que não lhes convenha. Mesmo o infamous José porteiro censura! Parece mais anti-esquerda...
Abraço