Outras avarias da geringonça.
Gostava de saber como vai Mário Centeno fazer conviver as garantias que ontem deu no Eurogrupo a Dijsselbloem e a Schäuble com os estudos que prometeu ao BE sobre a sustentabilidade da dívida e as cedências às outras secções da geringonça que aumentam a despesa e reduzem a receita.
Ah, já sei. Vai ser o crescimento da economia induzido pelo aumento do consumo com o dinheiro que vai brotar não se sabe de onde. Não se sabe de onde, mas já se sabe para onde: em boa parte para aumentar as importações e fazer crescer a economia dos nossos parceiros. (*)
Também gostava de saber quanto vai custar, para além da reversão das concessões, a «plataforma de diálogo» que o governo estabeleceu com os sindicatos dos transportes para estes desconvocarem a greve anunciada de 6 dias. A coisa não deve ficar barata porque foi classificada como «um momento histórico».
(*) Entretanto, João Galamba, o ideólogo júnior da geringonça, explica no Económico que a desaceleração da economia é causada pelo «comportamento menos favorável do consumo. Para garantir que o consumo mantém taxas de crescimento robustas no futuro, é necessário apostar na recuperação sustentável e duradoura do rendimento». E isso consegue-se com a «aceleração da reposição do rendimento das famílias, com particular incidência nos escalões mais baixos de rendimento». E como se consegue essa reposição? Ele não explica, mas a gente sabe que só pode ser aumentando os impostos sobre escalões menos baixos de rendimento e/ou com mais dívida pública. Ou seja, tirando agora dinheiro de uns bolsos para outros e/ou tirando no futuro dos bolsos dos contribuintes para pagar a dívida. É este o milagre socialista que acaba quando acaba o dinheiro dos outros,
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