16/11/2015

Pro memoria (276) – A memória selectiva

Citando Miguel Botelho Moniz de O Insurgente:

«Em debate na SIC Notícias, Helena Roseta acaba de dar o exemplo da votação da Constituição como exemplo de cooperação e harmonia da esquerda, para rebater o argumento de José Matos Correia de que o PCP foi o principal inimigo do PS durante décadas. Afirmou-o enquanto deputada à Constituinte (pelo PSD, então PPD), dizendo que tem memória. E fez isto, ironicamente, no dia em que fazem exactamente 40 anos em cima do cerco a São Bento, quando o PCP ensaiava os passos para impedir o estabelecimento de uma democracia em Portugal

Não foram precisos mais do que 15 anos para Helena Roseta se ter esquecido do «exemplo de cooperação e harmonia da esquerda» que referiu em 13-11-2000 ao Público que a cita sobre os acontecimentos de Novembro de 1975:
«O cerco da Constituinte (em 12 e 13) foi o ensaio civil, o 25 de Novembro foi o ensaio militar.»
«A Constituinte era um lugar onde se reflectia toda a situação política do país, era um reflexo verdadeiro do que se estava a passar no país. Toda a luta política passava por aqui. Havia uma grande ligação entre a Constituinte e a rua.»

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