«Temos duas instituições que sempre foram fundamentais para a humanidade, a família e o Estado. Os anarquistas, julgo eu, não apreciam nenhuma delas. É injusto dizer que os socialistas apreciam o Estado mas não a família; há milhares de socialistas que têm mais apreço pela família que qualquer conservador. Mas é verdade que, se os anarquistas querem acabar com um e outra, os socialistas estão especialmente interessados em emendar (ou seja, em reforçar e renovar) o Estado; e não estão especialmente interessados em reforçar e renovar a família. Não se esforçam minimamente por definir as funções do pai, da mãe e dos filhos, enquanto tais; por apertar os parafusos soltos da máquina; por acentuar de novo os contornos do desenho, que entretanto se foram apagando. Mas estão a fazê-lo com o Estado; estão a aperfeiçoar-lhe a engrenagem, a acentuar- lhe as linhas dogmáticas, a tornar o governo mais forte em todas as suas dimensões, e nalgumas delas mais rigoroso do que era. Deixando a casa cair em ruínas, estão a remodelar a colmeia, nomeadamente os ferrões. Na verdade, há certos aspectos das leis laborais e de pobreza recentemente propostas por conhecidos socialistas que não fazem do que sujeitar um número crescente de pessoas ao poder despótico do Sr. Bumble (nota: personagem de Oliver Twist, de Charles Dickens, protótipo da exploração do trabalho de menores). Parece que o progresso significa ser empurrado para a frente - pela polícia.»
G. K. Chesterton
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