«Eu confesso a minha perplexidade: não entendo as pessoas de esquerda. Não, não se trata da mania de por o estado em tudo, de achar que o burocrata de serviço ou o legislador sabem melhor do que eu tomar conta da minha vida (isso também não percebo). Nem a afeição (incompreendida pela minha pessoa) por empresas públicas mal geridas. Nem sequer do amor sem limite por impostos (entendo ainda menos). (...)
Não, desta vez o que não percebo na esquerda é a sua visão das mulheres. Deixemos por agora de lado os factos de o magnífico Syriza, farol de todas as esperanças à esquerda, ter conseguido fazer um governo sem nenhuma senhora. Ou de Corbyn, a mais recente paixão dos socialistas nacionais com acesso às redes sociais, ter constituído um governo sombra all male. Juro que não vi nem o mais pequeno resquício de fanico nos esquerdistas lusos à conta de tanto exuberante machismo. Mas deixemos o internacionalismo.».
«A esquerda baralha-se quando se trata de mulheres», Maria João Marques no Observador
Ou, talvez, as mulheres não se deixam baralhar com a sinistra. Sabem como é a vida e sabem que não se faz com ideais.
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