Uma das minorias de que faço parte é a dos portugueses que acham ridícula e ligeiramente doentia a busca incessante de tugas bem-sucedidos fora de portas. Frequentemente, os patrícios encontrados ou não são patrícios, por terem nascido noutras paragens, ou só são reconhecidos no bairro onde vivem o que para nós faz deles personagens galácticas.
Um outro exemplar dessa minoria deve ser Ricardo Araújo Pereira. Registo-o com um certo embaraço, tratando-se de um esquerdalho que escreve humor na Visão com pouca visão bilateral. Isso não me impede (após um esforço para mostrar equidade) de citar e recomendar (também porque a recomendação não é boa para o currículo de RAP) a leitura da sua peça «Disseram bem de Portugal em Badajoz».
Nessa peça RAP dá-nos conta de que «a expressão "português no topo do mundo" (apresenta) vários milhares de resultados no Google» (5.900 segundo a minha pesquisa), enquanto “englishman on top of the world” só apresenta 1 (encontrei 6, mas 5 resultam da peça de RAP e dos comentários). Em contrapartida, "american on top of the world" apresenta 41.200 resultados o que é muito face à modéstia inglesa e pouco face à obsessão portuguesa, já que os americanos são 32,5 vezes mais numerosos do que os tugas.
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