«O lirismo dominou o encontro "A crise europeia à luz da Grécia", debate também realizado na sexta-feira e abrilhantado pela ausência de divergências. O calibre dos nomes envolvidos explica o estilo e o consenso: Louçã, Pacheco Pereira, Manuel Alegre, o Prof. Freitas, um economista da CGTP e, claro, os imparáveis deputados do BE. A bem da síntese, eis o tom geral: a Europa é uma ditadura (valha-nos Deus); a Grécia simboliza a democracia (desde tempos imemoriais, para não falar do velho esclavagismo e da pedofilia clássica); os gregos resistem ao poder do dinheiro (excepto quando é dado); os gregos, à imagem dos jogadores da bola, levantam a cabeça (excepto para pedir); os gregos são dignos (na medida em que o parasitismo é um critério de dignidade); os gregos, em suma, são patriotas - já os alemães que preferem a Alemanha ou os portugueses que preferem Portugal são traidores. Seja em que país for, patriota é o sujeito que dá a vida ou, vá lá, levanta um cartaz pela Grécia.»
Patriotas e parasitas, por ALBERTO GONÇALVES no DN
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