Outras marteladas.
Tal como nos EU, com a inundação de dólares da máquina do quantitative easing da Fed, também no Japão a máquina do BoJ está a soprar a bolha dos mercados de capitais. O índice Nikkei 225 acaba de atingir o valor mais alto desde 1996 e desde Outubro o Nikkei aumentou 44% puxado pelas compras de acções dos grandes fundos de pensões para compensar a falta de rentabilidade das obrigações e nem por isso as perspectivas de crescimento deixarão de ser anémicas – 0,8% este ano.
Outro efeito não pretendido das políticas dos bancos centrais foi esta semana apontado pela OCDE que chamou a atenção para as taxas de juros baixas estarem a comprometer a solvência dos sistemas de capitalização das pensões (não vale a pena falar dos sistemas de distribuição que estão por natureza insolventes nos países envelhecidos) que têm quase metade dos seus activos representados por títulos de rendimento fixo. O mesmo risco estão a correr as seguradoras que têm de garantir aos seus segurados uma rentabilidade mínima dos seguros de capitalização e de pensões.
Porém, o mais fascinante é constatar que a Economist, que tem defendido o quantitative easing e as políticas de juros evanescentes, políticas que provavelmente estão a preparar a próxima crise e a recessão seguinte, dedicou o número de 13 de Junho a alertar para os riscos decorrentes da falta de espaço de manobra nas taxas de juro próximas de zero e nos triliões que inundam os mercados de capitais e imobiliário para poder usar essas políticas na próxima recessão. Dito de outro modo, queixaram-se de ser difícil tratar a próxima doença, causada pela medicina prescrita para tratar a anterior, com essa mesma medicina.
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