A semana passada a revista do Expresso publicou um interessante – e confuso - artigo sobre a educação na Finlândia, educação que já foi um grande sucesso e descambou nos últimos anos. Talvez por isso e pelo facto de estarem em curso reformas profundas – algo que todos os cerca de 30 ministros da Educação dos últimos 41 anos chamaram às medidas casuísticas que foram tomando – a Finlândia atraiu as atenções de todos os que têm mantido paixões pela educação, doença que, como é sabido, começou com António Guterres, com os resultados que também se sabem, e continuou com José Sócrates que viajou até lá para se inspirar. A distribuição de diplomas pelas Novas Oportunidades poderá ter nascido dessa inspiração.
O que não se sabe é explicar a mais interessante diferença assinalada no referido artigo entre a educação neste nosso rincão e na Finlândia: apenas 66,9% das crianças finlandesas concordam com a afirmação «sinto-me feliz na minha escola» contra 86,4% das crianças portuguesas. Considerando as décadas de campanha no ministério da Educação, suspeito que esta diferença mostre a maior eficácia das escolas portuguesas para atingir os propósitos que os filhos de Rousseau lhe atribuíram.
Já que estou a falar em ensino assinalo aqui o facto notável de a Economist ter concluído com uns anos de atraso: (1) rapazes e raparigas aprendem de modo diferente; (2) os sistemas de ensino actuais estão orientados para optimizar os processos femininos de aprendizagem; (3) desde cedo faltam os «role models» masculinos na escola (é mais difícil encontrar um homem professor no ensino pré-escolar e nos primeiros anos do ensino básico do que um lince na serra da Malcata) e na família (cada vez mais pais, sobretudo nas classes baixas, estão ausentes) e que tudo isto está a fazer do sexo masculino, agora baptizado «género» masculino pela praga politicamente correcta, «the weaker sex» - é este o lead da Economist de 30 de Maio.
Sobre estas e outras diferenças sexuais e suas consequências indesejadas há quase 12 anos se vem remando contra a corrente no (Im)pertinências – ver por exemplo a série «CONDIÇÃO MASCULINA».
A incompetência não tem género como se verifica com tanto indigitado ministro da educação que se reduziram a ser negociadores com os sindicatos da educação; fosse qual fosse o sexo deles. Basta fazer uma revisão geral do que foram as suas medidas para o ensino e os alunos - quase zero, tirando o Crato.
ResponderEliminarQuando adolescente, havia a educação recebida na Suiça:
ResponderEliminarEm vez de se dizer "porra" dizia-se "chiça".
Bom post. Abraço