Uma continuação de (1).
Apesar do instantaneidade que a Web proporciona, sobretudo com as redes sociais, ter vindo a diminuir o nosso atraso secular a aderir às modas, as coisas continuam a levar o seu tempo a chegar cá. Até Thomas Piketty, o economista francês autor do celebrado «O Capital no Século XXI», só cá chegou depois de um longo périplo.
Esteve ontem a perorar na Gulbenkian depois do circuito incontornável pelas luminárias do socialismo doméstico, a saber: António Costa e a revelação do século Sampaio da Nóvoa, culminando com um almoço (uma inevitabilidade doméstica) com João Afonso, vereador e ajudante de Costa, acompanhado pelo também cada vez mais incontornável Rui Tavares, aquele rapaz do Livre que está a promover a unidade da esquerda criando mais um partido.
Infelizmente para as teses de Piketty, multiplicam-se os exemplos da sua falta de aderência à história económica. Já no final do ano passado aqui assinalámos um desses exemplos e no mês passado o Impertinente referenciou aqui o reconhecimento pelo próprio Piketty no paper “About Capital in the 21st Century” a publicar em Maio que as suas teses foram abusivamente interpretadas.
Enquanto entre nós as luminárias veneram as suas teses, noutras paragens até os estudantes as refutam. É o caso de Matthew Rognlie (estudante do MIT) que, depois de ter publicado em Junho do ano passado o paper «A note on Piketty and diminishing returns to capital» evidenciando falhas das teses de Piketty, publicou o mês passado um outro (ver aqui uma referência) concluindo diferentemente de Piketty que o principal factor no aumento da desigualdade é o aumento dos preços das casas.
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