«Se entendi correctamente, o VEM destina-se sobretudo a emigrantes desempregados e investe uma "subvenção não reembolsável" de 10 mil ou 20 mil euros por projecto.
Na prática, é o seguinte. Um sujeito que, por causa do azar ou da crise, não se safou aqui e, por causa do azar ou da injustiça dos homens, não se safou em nenhuma outra nação reconhecida pela ONU, possui, apesar disso, uma ideia genial. O sujeito contacta o Estado e dá-lhe conta da sua vontade em voltar à pátria a fim de empreender imenso. O Estado avalia a proposta e, em caso positivo, dá-lhe alguns milhares subtraídos aos contribuintes que, sabe Deus como, ainda empreendem por cá. O sujeito VEM e empreende. A ideia genial consuma-se. Suíça ou Angola arrependem-se de desaproveitar o brilhantismo lusitano. O Dr. Lomba sobe a uma comenda presidencial. O sujeito enriquece. Ao contrário do sujeito, o investimento original não regressa - nem ao Estado nem aos contribuintes. Os contribuintes festejam nas ruas. Portugal é grande. O governo também.»
Alberto Gonçalves no DN
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