«Teria assinado o manifesto (se tivesse tido oportunidade), seguramente, porque estou de acordo com ele», disse José Sócrates na sua homilia semanal no púlpito da RTP no dia 16 de Março do ano passado, a respeito do documento assinado por 70 luminárias propondo a reestruturação da dívida pública.
Menos de um ano depois, o seu sucessor António Costa disse em Bruxelas que também teria assinado a carta aberta (se tivesse tido oportunidade?) de outras 32 luminárias dirigida ao primeiro-ministro para rever a posição sobre a Grécia.
Disse ainda o ungido, «depois de três anos de experiência, há um resultado muito claro: a austeridade fracassou do ponto de vista político e fracassou do ponto de vista económico. Do ponto de vista económico, gerou deflação e gerou desemprego; e do ponto de vista político, só tem vindo a fortalecer os radicalismos.»
Não chega perdoarmos-lhe por continuar a não perceber não ser a austeridade uma política mas uma espécie de externalidade das políticas socialistas dos governos do seu partido em que ele participou. Teremos também de lhe perdoar não ter percebido que as políticas socialistas de «crescimento» seguidas durante muito mais do que 3 anos fracassaram do ponto de vista económico, geraram uma intensa promiscuidade entre os governos socialistas e as empresas do regime, geraram um crescimento muito abaixo da média europeia e geraram desemprego (não geraram deflação, o que seria o menor dos problemas) e, pior de tudo, levaram o país à bancarrota de onde resultaram os constrangimentos a que chama austeridade e de que tanto se queixa.
É muito perdão para um homem só.
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