Ofensa gratuita Livre expressão |
«Uma das questões mais interessantes da sociedade ocidental é a de saber como é que a tolerância gerou a intolerância. Inicialmente, a ideia era definir um espaço público onde todas as opiniões pudessem circular e onde, consequentemente, nada fosse tabu. Iconoclastas como os do Charlie Hebdo alargaram, desde a célebre década de 1960, as fronteiras do que se podia dizer e mostrar. Tudo correu bem enquanto o alvo da irreverência foram os poderes estabelecidos: os políticos, o cristianismo ou a “moral burguesa”.
Mas enquanto o “establishment” era exposto à mais veemente sem-cerimónia, eis que os grupos identitários “libertados” na mesma época começavam, em contra corrente, a reivindicar o direito de serem protegidos da verrina e da paródia a que os chefes de Estado estavam agora sujeitos. Não lhes bastava corrigirem discriminações jurídicas e de facto. Pretendiam ainda eliminar todos os seus vestígios, através da censura de qualquer expressão que remetesse para velhas perseguições ou rebaixamentos, independentemente da intenção com que fosse usada.
A tolerância e a igualdade desaguaram assim no “direito de não ser ofendido”. Subitamente, a primeira luta de uma “minoria” não é para dispor dos mesmos direitos dos outros cidadãos, mas, em nome de antigas discriminações, adquirir privilégios especiais, tornando-se mais ou menos sagrada e intocável. Na prática, tudo isto tem sido um meio de os porta-vozes de grupos identitários adquirirem poder de chantagem e, por aí, acesso favorecido às instituições e aos recursos públicos. Por isso, a extrema-esquerda ocidental fez-se imediatamente campeã de muitas destas causas, não por qualquer consideração ou estima, mas por simples oportunismo político: à falta de classe operária, servem as minorias de carne para canhão.»
«As origens tolerantes da intolerância», Rui Ramos no Observador
Há uns 3000 anos que se começou ensaiar democracia. Já feneceram umas centenas. A ideia é bonita mas, se não se "trata da saúde" dos antidemocratas, isto é, se não se liquidam, eles liquidam a democracia. Hoje, o RU e os EUA são das poucas democracias vivinhas porque não perdoam. Como a HistóriA SE REPETE, estou a ver a Óropa a dar o cú e três vinténs, como deu ao nacional socialismo. Depois não se queixem.
ResponderEliminarah,ah,ah...agora é centimes, não é vinténs... e o resto até é moda...
ResponderEliminarneves