03/01/2015

De boas intenções está o inferno cheio (26) - «Contra o vício de pedir, há a virtude de não dar»

Aproveitando a maré dos rankings e satisfazendo a fixação do tuga vulgaris na visibilidade que ele julga Portugal ter no desconcerto das nações, aqui dou conta do World Giving Index 2014 que visa medir o grau de generosidade em 135 países onde a pachorra da CAF Charities Aid Foundation a levou a fazer as seguintes três perguntas a uns quantos cidadãos: faz doações a uma instituição de beneficência? faz voluntariado em alguma organização? ajudou um estranho que precisou de ajuda?

Se perguntássemos ao tuga vulgaris onde se situam os portugueses em matéria de caridade, a maioria imaginaria que estaríamos no pódio. Não estamos. Quem está é Myanmar, seguido dos EU e do Canadá. Nós estamos no 78.º lugar e no que respeita a ajudar estranhos estamos em 83.º, o que não admira porque gastamos a nossa modesta porção de caridade a ajudar os conhecidos. E não, não é por sermos pobres (que aliás não somos, como se viu na euforia do fim do ano), porque acima de nós estão dezenas de países mais pobres. E não, não é por termos estado ligados ao ventilador da troika - apesar de os gregos serem ainda menos generosos, os irlandeses estão em quarto lugar.

Já agora, registe-se que só encontramos nos primeiros 20 lugares um único país em que a religião católica é predominante: a Irlanda, precisamente. Não estou surpreendido.

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