Para variar, a voz que se ouviu foi a mesma de outras vezes.
«O ex-deputado do PS Henrique Neto não ficou surpreendido com a detenção do ex-primeiro-ministro. “Há anos que esperava que isso acontecesse. Os indícios eram mais que muitos”, diz ao i o ex-dirigente socialista.
Neto lamenta que muitos socialistas “fechem os olhos” e tenham uma” reacção irracional” ao caso que envolve o ex-líder do PS. “As reacções de alguns socialistas são irracionais. Há muitos socialistas que não querem conhecer o que se passou. Fecham os olhos, porque estão moral e eticamente metidos nestas desgraças”.
Perante este caso, o ex-dirigente do PS defende que António Costa deve fazer uma ruptura com o passado. “António Costa não será credível no país se não limpar o partido com grande clareza e grande determinação. Sofrerá com os estilhaços do que vier a acontecer com o eng. Sócrates”.
Na véspera do congresso do PS, que vai escolher a nova direcção do PS, Henrique Neto considera que este é “um dos momentos mais determinantes” da história do partido. “Ou compreende isto e aproveita para mudar a política e apresentar novas ideias – e para haver novas ideias é preciso ter dirigentes que não estejam comprometidos com o passado – ou faz uma fusão entre os que vieram do passado e meia-dúzia de caras novas e não será credível no país. É o grande momento de António Costa”, diz Henrique Neto, que foi um dos socialistas mais críticos da governação de José Sócrates.»
Agora já conhecemos a escolha de António Costa: «uma fusão entre os que vieram do passado e meia-dúzia de caras nova»
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