Como explicar que em Portugal, até hoje, não houve, que me recorde, um suspeito ou um acusado de crimes de colarinho branco que tivesse assumido o seu crime e muito menos pedido desculpas ou ter mostrado o mais levíssimo arrependimento?
Não se espera que essa gente faça um mea culpa numa conferência de imprensa acompanhados pelo cônjuge e filhos, como frequentemente se assiste nos States, mas como classificar a arrogância, a suprema ousadia das declarações de Ricardo Salgado na comissão parlamentar de inquérito olhando e falando de cima para os deputados, que no íntimo despreza, insultando a sua eventual inteligência com um discurso auto-elogiativo, evasivo e em que se apresenta como vítima do BdP?
Tomo nota, com curiosidade, que Salgado terá ido à missa antes de ir a S. Bento. Ter-se-á confessado? Levar-me-ão a mal os católicos, se desconfiar que estes comportamentos são influenciados, e por nós vistos com tolerância, pela nossa cultura católica?
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